Sophia na casa da Travessa das Mónicas, 1964. Fotografia de Eduardo Gageiro.
Imagem obtida no sítio temático da Biblioteca Nacional
Imagem obtida no sítio temático da Biblioteca Nacional
No dia 28 de Outubro, na Biblioteca D. Domingos de Pinho Brandão, às 17h00, temos encontro marcado com a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen. Maria Andresen de Sousa Tavares, sua filha, irá falar-nos de aspetos marcantes da sua obra e ouviremos o ator Diogo Dória ler os seus poemas.
A poesia de Sophia ocupa um lugar destacado na produção literária portuguesa da segunda metade do sec. XX e tem merecido a atenção de outros poetas e de muitos estudiosos. Mas mais importante que a atenção dos sábios: a sua poesia tem sido amada pelas pessoas. As pessoas que sabem que Sophia gostava do mar e da Grécia. As pessoas a quem a sua poesia, clara e luminosa, iluminou também o olhar sobre o mundo. As pessoas que viram nos seus poemas as palavras justas para falar do “real”: do “esplendor do mundo” e do “sofrimento do mundo”.
Será um encontro enriquecedor. A caminho, lembramos este seu Poema:
Será um encontro enriquecedor. A caminho, lembramos este seu Poema:
Poema
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada