Solistas homenagearam obras-primas de Bach com brilhantismo
No final da tarde de um sábado de verão, no passado dia 30 de julho, promovido pelo Círculo, com o apoio da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, realizou-se em Arouca, mais um recital de música, desta feita, violino e piano. As seis dezenas de espectadores que preenchiam por completo a sala da Biblioteca Memorial D. Domingos de Pinho Brandão, tiveram a oportunidade de assistir não a um, mas a dois concertos, onde foram interpretadas obras de Johann Sebastian Bach.
Na primeira parte a violinista Matilde Loureiro interpretou a Partita II em Ré menor, BWV 1004, obra seminal para violino solo, com todo o virtuosismo que a caracteriza. Tivemos então, um momento de grande cumplicidade onde a intérprete e o violino, com deleite, nos levaram a viajar.
Na segunda parte o pianista Jun Bouterey-Ischido, com todo o seu perfecionismo, interpretou as monumentais Variações Goldberg, BWV 988, peças inicialmente escritas por Bach para cravo, mas aqui interpretadas ao piano. Também Bouterey-Ischido revelou sensibilidade e técnica exímia que nos fez pensar no impossível.
Estas obras datadas do século XVIII, mais concretamente dos anos 1720 e 1741, respectivamente, levam-nos para um período barroco, com todas as características que definem a música dessa época, e do qual J. S. Bach é considerado o nome maior.
Os jovens artistas, ambos formados com distinção e premiados, com atuações em vários países da Europa, América do Sul e Ásia-Pacífico, demonstraram toda a sua segurança, entrega e arrojo, ao abordar estas obras, que exploram limites do instrumento e do intérprete, merecendo longo aplauso. O público foi presenteado com um encore, em duo de violino e piano, em que ficou bem patente a afinidade dos instrumentos e a cumplicidade dos intérpretes.
Um recital brilhante e exigente, sobretudo para os executantes, dada a sua extensão e o calor que se fazia sentir no auditório.
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