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"Revitalização da Democracia e o combate à corrupção" é o tema da próxima sessão das "Conferências de Arouca", que terá lugar no dia 4 de maio, às 17h, no auditório da Loja Interativa de Turismo de Arouca.

A democracia conquistada no 25 de abril, para crescer, tem que ser objeto de cuidado, todos os dias, permanentemente, e alimentada com múltiplos ingredientes. Se assim não for, como todo o ser vivo que não é alimentado, também ela tende a estiolar. Daí resultam prejuízos para todos, que nem sempre sabemos avaliar adequadamente, mesmo que alguns possam daí retirar vantagens imediatas.

Um dos seus ingredientes principais é a luta contra a corrupção que sabemos destruir as bases da confiança, da equidade, da solidariedade e da justiça. Em Portugal é um fenómeno que possui enraizamento profundo no comportamento de grande número de agentes e que, por vezes, tende quase a ser considerado como condição indispensável ao funcionamento eficiente da sociedade.
 
Com esta iniciativa pretende-se mostrar que a corrupção, em Portugal, como em outros países, mas com características particulares entre nós, corrói, umas vezes silenciosamente, outras vezes com estrondo, as bases fundamentais da democracia.

Nesta conferência, animada pelo Eng.º João Cravinho, personalidade incontornável da nossa vida cívica e política na luta contra a corrupção, vamos procurar compreender o funcionamento dos mecanismos da corrupção, nomeadamente da corrupção institucionalizada, que poderíamos designar por corrupção de Estado, que tem como objeto a obtenção de vantagens ilegítimas, por parte de múltiplos interesses, nomeadamente, o de grandes organizações privadas.

As características da corrupção em Portugal só podem ser combatidas através do envolvimento dos órgãos de soberania, em particular do Governo e da Assembleia da República. Nas poucas iniciativas que têm sido tomadas não há uma estratégia global que permita englobar essas iniciativas e, sobretudo, não há qualquer controlo eficaz dos resultados. 

Ou se desenha e implementa uma estratégia coerente de combate à corrupção, ou será a própria democracia que, pouco a pouco, vai sendo esvaziada do seu conteúdo fundamental.