CONFERÊNCIA "Refugiados: E se fosse comigo?”
Um número, sem precedente, de 68,5 milhões de pessoas em todo o mundo foi deslocado à força como resultado de perseguição, conflito ou violência generalizada. Entre eles estão quase 25,4 milhões de refugiados, dos quais mais de metade são crianças. Há também cerca de 10 milhões de apátridas a quem foi negada nacionalidade e o acesso a direitos básicos, como educação, saúde, emprego e liberdade de movimento;
Ao mesmo tempo que a chamada “crise dos refugiados” atingia o seu pico mediático em 2015 e 2016, quando as televisões e os jornais mostravam, a um ritmo quase diário, imagens de milhares de pessoas a tentar chegar à Europa, as regiões em desenvolvimento hospedavam cerca de 85% dos refugiados do mundo. Os países menos desenvolvidos são assim os mais generosos no que concerne o acolhimento e apoio aos refugiados;
Pensar que a crise acabou é errado, porque enquanto não se resolverem as causas que levam milhões de pessoas a fugir, os refugiados continuarão a deslocar-se para onde acham que podem recomeçar as suas vidas, em segurança. No entanto, confrontam-se com a fraqueza das políticas migratórias na Europa que alimentam o MEDO.
Devemos olhar para a história que carregam consigo e não apenas para os números; perceber as razões porque fogem e porque arriscam a vida sabendo as dificuldades que têm pela frente.
O Conselho Português para os Refugiados tem desempenhado um papel crucial no Acolhimento e Integração dos Refugiados em Portugal, adotando vias inovadoras de ajuda aos refugiados.
Num mundo onde a cada dois segundos uma pessoa é forçada a deslocar-se como resultado de um conflito ou perseguição, é fundamental colocarmo-nos na pele dos refugiados e perceber as dificuldades que enfrentam em busca de um lugar seguro para viver. Hoje, os refugiados já são estudantes e professores; cientistas e investigadores, operários e pessoal ligados aos serviços de saúde, etc. etc.
E se fosse consigo?
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Referência nos media: Conferência de Arouca: Refugiados, e se fosse comigo? RODA VIVA jornal
"Conferêncais de Arouca" acolhem Refugiados
TERESA TITO DE MORAIS Nota biográfica
É presidente da direção e fundadora do Conselho Português para os Refugiados (CPR) desde 1991. Anteriormente, foi adjunta do representante em Portugal do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e assessora para a informação pública do escritório do ACNUR em Lisboa, durante mais de uma década.
Tem um percurso importante dedicado à causa dos refugiados, mesmo quando este tema estava longe de ter a atenção mediática que tem nos dias de hoje, Teresa Tito de Morais tem trabalhado continuamente na construção de uma agenda nacional pelos direitos dos refugiados, tanto a nível jurídico, com o estabelecimento de um quadro legal em linha com os padrões internacionais, como social, com a organização e gestão de dois centros de acolhimento. A inauguração de um terceiro está prevista para o final de 2018. Teresa Tito de Morais lidera uma equipa de mais de 70 pessoas que, diariamente, procuram soluções duradouras e sustentáveis, para que os requerentes e beneficiários de proteção internacional possam recomeçar as suas vidas em Portugal.
O CPR promoveu já 12 congressos internacionais, na Fundação Calouste Gulbenkian, que visaram um debate esclarecido sobre asilo e refugiados, e vem realizando um trabalho de sensibilização nas escolas e universidades, estimulando a análise e o pensamento crítico sobre a realidade complexa do sistema internacional contemporâneo e a situação das vítimas de perseguição de todo o mundo.