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As trágicas dimensões humanas e territoriais, sem precedentes, dos acontecimentos do verão passado, a todos suscitaram indignação, revolta e um sentimento de abandono. Mas estes momentos de dor são, também, momentos transformadores. Este pode bem ser um desses momentos. Altura para começar a construir a floresta que precisamos. Uma floresta que garanta futuro.
 
Temos assistido a uma discussão alargada na sociedade e a uma pressão da opinião pública para inverter o quadro de desinvestimento nos espaços florestais, tornando inadiável que se encare a floresta como um desígnio nacional, e em Arouca de modo particular, tanto mais que as condições climáticas se têm agravado rapidamente.

O diagnóstico tem vindo a ser feito e alguns consensos parecem emergir: a importância de preservar a floresta para o equilíbrio do ecossistema, o de que é necessário injetar mais conhecimento e mais recursos, de que é preciso mudar a paisagem,  encontrando soluções que acrescentem valor, garantindo a sua viabilidade económica e tendo em conta o paradigma da vida atual e não o de um mundo rural do passado, de que isto se faz com gestão inteligente e coletiva, e de que são necessárias políticas públicas que ajudem as organizações no terreno, em grande medida de propriedade privada, enfim, de que é preciso e urgente Reformar a Floresta.
 
Esta reforma, que exige estratégia, racionalidade, conhecimento, perseverança e participação alargada, como se faz?

Para contribuir para este debate, nos próximos dia 23 e 24 de março, decorrem em Arouca as  II Jornadas da Floresta, uma iniciativa conjunta da Associação Florestal de Entre Douro e Vouga, da Câmara Municipal de Arouca e do Círculo Cultura e Democracia, subordinadas ao tema "Reformar a Floresta: uma floresta para o futuro, com rentabilidade e biodiversidade".

O programa, que já se encontra disponível aqui ou aqui, segue o modelo do ano anterior, aliando conferências de reconhecidos académicos e especialistas nacionais na área da floresta a comunicações de agentes relevantes de mudança no terreno, e cuja interação se espera profícua, culminando com uma mesa redonda final.

Ao longo do dia 23 e da tarde do dia 24, será possível assistir a um conjunto de intervenções distribuídas por quatro painéis, abordando, por exemplo, os condicionalismos para a reforma da floresta, o papel das organizações, entre as quais as autarquias e os baldios, a valia económica da floresta, a importância da biodiversidade, a gestão e minimização de riscos, boas práticas de valorização de recursos e exemplos de novos cuidadores da paisagem.

As sessões terão lugar no auditório da Loja Interativa de Turismo de Arouca e são de entrada livre.

Não deixe de consultar o programa e de nos acompanhar nestas Jornadas. Tudo isto não é só conversa. Responsabiliza-nos, hoje e para o futuro, a cada um de nós e a todos nós.