Conferências de Arouca | "Regionalização: porque sim e (ou) porque não"

Regionalização: porque sim e (ou) porque não. É este o tema da "Conferência de Arouca" que, após a pausa do Verão, o Círculo Cultura e Democracia promove, no próximo dia 13 de outubro, às 21,00 horas e que terá lugar na Loja Interativa de Turismo. Como nos debates anteriores, é mais um confronto de ideias, que se pretende abrangente e cujo conteúdo constitui, hoje, uma questão estruturante da vivência e da renovação da democracia.

A discussão da regionalização é, como se sabe, um tema que periodicamente anima debates entre as nossas elites políticas e alguns dos nossos autarcas. No entanto, é como os vulcões não extintos: entre períodos que podem ser de grande pousio, vemo-los expelir com grande violência os mais variados materiais, mas de repente, sem que se saiba bem porquê, o calor esmorece e parece que todos se recolhem à sua “santa vida”, como se nada tivesse acontecido.

O que é que justifica a grande animação da discussão e, depois, a sua rápida extinção? Talvez a justificação mais razoável se possa encontrar no facto de que as forças políticas, quando na oposição consideram que a defesa do “sim” é capaz de mobilizar apoiantes, mas quando exercem funções de governação consideram que os resultados do “sim” podem vir a modificar os equilíbrios políticos territoriais, com consequências sobre o equilíbrio nacional, que lhes podem ser desfavoráveis.

Regressemos ao tema: Regionalização: porque sim e (ou) porque não? Este tema pretende trazer à reflexão o ponto de partida segundo o qual pode haver boas razões para defender o “sim”, mas existirão outras tantas que podem suportar o “não”. Mais, tanto os bons defensores do “sim” como do “não” estarão de acordo em reconhecer que, em determinadas circunstâncias, o “sim” deve ponderar alguns argumentos do “não” e simetricamente.

O que é que isto significa? Significa que uma “boa ideia” pode, muitas vezes, ser posta em causa, não por causa da “ideia”, mas em razão da forma como é divulgada, discutida e implementada. Porventura, a razão principal decorra de uma compreensão aligeirada do que é que, de facto, está em debate.

A iniciativa que agora o Círculo toma pretende trazer racionalidade ao debate, procurando mostrar quais os argumentos fundamentais para se poder defender o “sim”, ou para suportar o “não”. Quer-se conseguir que sejamos capazes de ultrapassar o confronto de ideias, apenas com base no “achismo” (eu acho que . . .) ou na “minha opinião”. As opiniões são importantes, mas devem estar assentes no conhecimento rigoroso do que é a nossa história e das bases científicas que podem suportar uma ou outra posição, o que infelizmente tem raramente acontecido.

Vamos ter connosco, para nos ajudarem a debater esta importante problemática, pessoas que têm intervenção relevante sobre este assunto: Manuel Brandão Alves, professor da Universidade de Lisboa e Luís Braga da Cruz, engenheiro, Presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, Presidente da Forestis e anteriormente, Presidente da CCDRN e Ministro da Economia.