"Liberdade de Imprensa: Um Direito Ultrapassado?"
Vivemos numa era fantástica de comunicação. Aquilo que há duas décadas eram ferramentas e linguagens típicas e exclusivas dos jornalistas estão hoje disponíveis a qualquer cidadão. “Hoje todo o mundo é jornalista” – que melhor mundo pode existir para o completo florescimento da Liberdade de Imprensa, algo que muitas vezes é visto como um direito dos jornalistas, mas que obviamente é um direito de todos os cidadãos?
Alguns registos fotográficos da Conferência.JORGE WEMANS
Os cidadãos contra a Liberdade de Imprensa?
Que bom: somos todos jornalistas, a verdadeira Liberdade de Imprensa chegou para todos!... será assim? As confusões sobre quem é jornalista e o que é o jornalismo; a diluição da profissão; a fluidez entre jornalista e cidadão – tudo isto cimenta ou questiona a Liberdade de Imprensa? A prestação de contas e a transparência do jornalismo e dos media tem aumentado nesta era em que “tudo se sabe e todos têm acesso à informação”? Eu ainda preciso de jornalistas? “Quero que me digam o que pensar, não o que acontece”!
NOTA BIOGRÁFICA
Jorge Salvador de Sande e Castro Wemans [Lx. 16.05.53], casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, jornalista. Diplomado em Jornalismo pela Escola Superior de Jornalismo de Paris. Atual provedor do telespetador da RTP. Foi diretor da RTP2, diretor do Serviço de Comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian, diretor de Informação da Agência Lusa, provedor do leitor do jornal PÚBLICO, diretor-adjunto do jornal PÚBLICO, subdiretor do semanário EXPRESSO, editor do Suplemento de Economia do Diário de Notícias. Lecionou a cadeira Deontologia da Comunicação do Curso de Comunicação Social e Cultural da FCH da UCP. Foi fundador e presidente da direção da Associação Nacional de Direito ao Crédito.
MARIA FLOR PEDROSO
Os jornalistas contra a Liberdade de Imprensa?
A concorrência das rádios são as redes sociais? A velocidade a que é preciso dar a notícia pressiona para que se divulgue primeiro e se confirme depois? – isso afeta a Liberdade de Imprensa?
Há cada vez mais abusos da Liberdade de Imprensa? Os jornalistas serão os coveiros deste direito? As fronteiras entre assuntos privados e assuntos públicos são cada vez mais ténues. Esse trânsito favorece o reconhecimento pelos cidadãos da importância da Liberdade de Imprensa? Os jornalistas têm feito bom uso desses limites à informação? E a relação e revelações sobre os processos judiciais têm credibilizado a Liberdade de Imprensa de que o jornalismo goza?
NOTA BIOGRÁFICA
Jornalista e licenciada em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa. Começou a sua vida profissional na Rádio Comercial em 1984, passando mais tarde, em 1987 pela RFM. Foi bolseira por concurso da Flad em 1994 num curso na Boston College of Communication e bolseira por convite do German Marshall Fund em 1996. Em 1997 passa a pertencer aos quadros da RDP-Antena1, como repórter parlamentar. Integrou os quadros como fundadora da primeira rádio de informação em Portugal, a TSF em 1988.
Em 2000 fez uma série de entrevistas a protagonistas políticos no extinto CNL, Canal de Noticias de Lisboa. Em 2003 é nomeada editora de política da Antena 1 com a condução e apresentação de uma entrevista política semanal.
Colaborou como consultora em programas da RTP, por exemplo, “A Marcha do Tempo” de Maria Elisa Domingues, ou “Prova Oral” de José Eduardo Moniz e Maria Elisa Domingues. Actualmente faz a locução do programa da RTP “Cuidado com a Língua” de José Mário Costa. Apresentou “As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa” na RTP1 e conduz semanalmente, na radio e na televisão públicas, “A Entrevista de Maria Flor Pedroso".
NICOLAU SANTOS
A conjuntura económica dos media põe em causa a Liberdade de Imprensa?
Concentrações, fusões e integrações afetam a Liberdade de Imprensa?
Os media deixaram de dar lucro, de remunerar o capital investido: não há orçamento para pagar redações capazes (livres, numerosas, com tempo e recursos para investigarem, com gente especializada, etc...), como vai ser? Quem vai procurar e revelar o que não se quer mostrar? É possível noticiar o que é desagradável para anunciantes poderosos? O declínio do jornalismo como capacidade autónoma de revelar novidade é real? É definitivo?
Os jornalistas são comandados pelas agências de comunicação, pelos diferentes poderes que detêm recursos para influenciar agendas e conteúdos jornalísticos? Já não são eles que fazem a agenda (escolhem o que noticiar)?
NOTA BIOGRÁFICA
Membro da direção do Expresso desde 1 de Março de 1998, primeiro como subdiretor e, a partir de Janeiro de 2006, como diretor-adjunto. Co-apresentador do programa da SIC-Notícias “Expresso da Meia-Noite” desde 22 de fevereiro de 2002. Comentador para assuntos económicos da RDP-Antena 1 desde Janeiro de 1998. Licenciado em Economia pelo ISEG (1980)
Carreira: Trabalhou no Jornal de Notícias, ANOP. Semanário Económico e Diário Económico (de que foi co-fundador, tendo posteriormente sido director dos dois), SIC e Público (de que foi director). Colaborou com O Jornal, TSF, RTP, O Independente, Associação Industrial Portuguesa e Escritório da Comissão Europeia em Lisboa.
Livros publicados
Portugal vale a pena, Setembro de 2010, prefácio de Pedro Santos Guerreiro, Edição Caleidoscópio; três livros de poesia, todos a meias com António Costa Silva: Jacarandá e Mulemba, 2008, Guimarães Editores; Aroma de Pitangas num País que Não Existe, 2011, Arcádia; Fotografias Lentas do Diabo na Cama, 2013, Arcádia
Distinções
Condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (grau de comendador) pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, a 2 de Março de 2006; Medalha de Prata da Associação Industrial Portuguesa, por ocasião dos 170 anos da AIP, em 1 de Fevereiro de 2007; Sócio Honorário da Câmara de Comércio Indústria Portugal/Angola desde o dia 19 de Fevereiro de 2008; Prémio Pró-Autor da Sociedade Portuguesa de Autores pela divulgação da poesia portuguesa, em 2015; Membro Honorário da Parsuk – Portuguese Association of Researchers and Students in the UK desde 18 de junho de 2016.