Tópicos da intervenção
A crise vivida na última década é uma ilustração eloquente da interação entre os bancos e a economia. O aumento do peso da dívida acentuou-se até ao início da década atual, em especial a dívida pública (administrações + empresas públicas). Herdámos assim um legado que tem gerado incertezas e penalizado a perceção de risco do país, o que tem agravado os termos em que se processa o financiamento da economia e condicionado a tomada de decisões económicas.
Os elevados níveis de dívida e a forte queda da atividade económica geraram incidentes de crédito significativos: fragilização financeira das empresas e falências, aumento do incumprimento e consequente aumento do crédito malparado na banca, diminuição da sua rendibilidade, deterioração da sua solvabilidade e até mesmo falências.
Após a capitalização de instituições e a resolução de situações problemáticas, a situação do sistema bancário português afigura-se atualmente estabilizada, mas não deixa de ser uma situação claramente frágil no quadro da União Europeia.
Por fim, nos últimos anos, os bancos têm sido confrontados com vários desafios, designadamente, maior regulação, supervisão mais exigente e transformação digital com o surgimento de ofertas concorrentes.
Perante este cenário, o que esperar da evolução dos bancos nos próximos anos?
Nota biográfica
Data de nascimento: 13 de setembro de 1951; Naturalidade: Freguesia de Moreira, concelho da Maia, distrito do Porto
Habilitações: 1985 ‐ PhD em Economia pela University of South Carolina, Estados Unidos
1973 ‐ Licenciatura em Economia pela Universidade do Porto
1968 ‐ Curso liceal, Liceu Normal de D. Manuel II, 1968
Experiência profissional académica
Desde 1991 ‐ Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; de 2013 a 2016 ‐ Coordenador do MBA Executivo e do Magellan MBA da Porto Business School; de 1989 a 1990 ‐ professor visitante na University of South Carolina; de 1987‐1995, professor convidado da Universidade Católica‐Porto; 1986 a 1991, Professor Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; de 1973 a 1986, Assistente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Experiência profissional não académica
Desde julho 2016 – Presidente da Comissão Executiva do EuroBic ‐ Banco BIC Português, SA.; de 2005 a 2011 ‐ Ministro de Estado e das Finanças; entre Julho e Outubro de 2009, em acumulação, Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento; de 2000 a 2005, Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM); entre 2000 e 2004 Presidente do Comité Executivo da IOSCO (International Organization of Securities Commissions); de 1995 a 1999 ‐ Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças; de 1987 a 1989 ‐ consultor da CCRN‐Comissão de Coordenação da Região Norte.
Distinções
Prémio Carreira FEP 2017, Faculdade de Economia do Porto, maio 2017; Grão‐Cruz da Ordem Militar de Cristo, junho de 2015; Grande‐Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, Junho de 2005.; Distinguished Alumnus Award, atribuído pela 'Darla Moore School of Business', University of South Carolina, maio de 1998; Annual Departmental Award for Outstanding Academic Performance by a Graduate Student atribuído pelo Departamento de Economia da University of South Carolina no ano letivo de 1983‐84
RICARDO PAES MAMEDE
Tópicos da intervenção
Nos meses que se seguiram à grande crise financeira internacional de 2007/2009 emergiu um consenso mundial sobre a necessidade de reforçar a regulação dos sistemas financeiros, limitando o poder de perturbação que estes revelaram ter sobre a economia real.
Dez anos volvidos, constata-se muitas das promessas ficaram pelo caminho. No mundo de hoje, as actividades, os actores e as lógicas financeiras continuam a determinar não apenas as decisões dos principais investidores mundiais, mas também da generalidade dos governos, com implicações na estabilidade das economias, no crescimento do emprego, da distribuição de rendimentos e dos direitos sociais."
Nota biográfica
Ricardo Paes Mamede nasceu em Coimbra em 1974, semanas antes da Revolução de Abril. Doutorou-se em Economia pela Universidade Bocconi (Itália), sendo Mestre e Licenciado pelo ISEG/UL.
É Professor Auxiliar do ISCTE–IUL, onde leciona desde 1999 nas áreas da Economia e Integração Europeia e das Políticas Económicas, e onde dirige o Mestrado em Economia e Políticas Públicas.
Entre 2008 e 2014 foi Coordenador do Núcleo de Estudos e Avaliação do Observatório do QREN. Foi Director de Serviços de Análise Económica e Previsão do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação em 2007 e 2008.
É Membro do Conselho Económico e Social, eleito na qualidade de Personalidade de Reconhecido Mérito.